A estrela d’alva

A estrela d’alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor
E as pastorinhas, pra consolo da lua
Vão cantando na rua, lindos versos de amor… (trecho da marchinha de Carnaval “Pastorinhas”)

Compositores: Noel Rosa-Braguinha

ontem mesmo, aqui em casa, recebendo ilustres visitas carnavalescas, enquanto bebericávamos e ouvíamos alguns discos, os  bons vinis, os lps… o grande Hermes, amigo e audiófilo, ia nos ensinando e explicando um pouco mais sobre como atingir ao máximo da pureza, da High Fidelity na reprodução de um disco, e de até quanto pode se gastar e  investir na montagem de um destes aparelhos sonoros com agulhas mágicas… ulalá!!! e aí então eu me lembrei e fui contando a todos, também em clima carnavalesco, sobre a minha lembrança dos inúmeros discos de 78 RPM das mais  belas e conhecidas marchinhas de carnaval e do lindo móvel toca-discos que haviam na sala da casa de meu avô Álvaro e minha avó Aparecida… e de quantas foram as vezes em que familiares e amigos, todos cantando e pulando juntos, afinados e sem errar uma letra… “Maria Candelária/é alta funcionária/Saltou de páraquedas/Caiu na letra Ó, oh, oh, oh, oh… alí começavam as noites de carnaval na casa de meus avós acompanhados de deliciosas taças de um licor de jabuticaba que minha avó Cida fazia como ninguém… pra depois caírem todos na folia pelos bailes da enigmática, empolgante e festiva cidade de Birigui… Allah-Lá-Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô… . E hoje, como ainda é Carnaval, eu voltei a lembrar destas marchinhas, especificamente de uma, a do título deste post, porque enquanto estou aqui pulando de negativo em negativo, organizando os meus arquivos, eu fui agraciado por uma bela surpresa… eu achei um retrato que fiz de minha avó que eu achava até então que eu não havia feito, mesmo ela estando viva na época em que eu comecei a fotografar no início dos anos 90… aliás ela foi uma das primeiras pessoas a me apoiar nesta escolha profissional, talvez pelo fato de ser uma pessoa que adorava a arte e a cultura, além de ser uma ótima contadora de histórias, uma verdadeira romântica, e que entre uma história e outra, sentada como sempre em sua cadeira de área rodeada por todas aquelas plantas e flores que lhe acompanharam a vida inteira e olhando para os lados do oeste do céu no cair da noite, em uma determinada época do ano, nos dizia… – olhem lá a Estrela D’alva, que linda, como brilha… é o planeta Vênus… . E então ela começava a cantar a música, e se errava a letra, caia na gargalhada… . Que saudades destes carnavais de outrora… 

Vó Aparecida - 1996 - Birigui/SP

Vó Aparecida- em memória – Birigui/SP-1996

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